As sábias palavras de nosso bispo Dom Franco Cuter expressam com
muita dor, o meu sentimento sobre o povo grajauense que deveria reconhecer o
quanto foi e é importante o Hospital São Francisco de Assis, que está fechando
suas portas definitivamente.
Dom Franco
disse: “O que me deixa um pouco perplexo é o fato de a população ficar só
olhando, parece que não é problema dela; não sei o que poderíamos pensar para
que a sociedade se mobilizasse, acredito que a sociedade civil é também uma
autoridade pública e deveria estar mais atenta a esse problema”.
Pois é! Enquanto
o povo coloca no andor e no altar o seu Mercial e a dona Simone, nosso “Velho
Chico” está dizendo adeus; seus serviços estarão disponíveis à população até o
dia 22 de outubro de 2016.
É inadmissível,
assim afirmou a amiga Vânia Monteiro no Protesto contra o fechamento da
maternidade do hospital em janeiro de 2015.
“Vocês que estão
nas calçadas, nas praças, nos acompanhem, nos dêem essa força, porque é
lamentável que a nossa maternidade esteja fechada, onde muitos de nós nascemos.
É inadmissível! Cadê as autoridades de nossa cidade? Cadê os nossos vereadores?
Não podemos deixar que o sacrifício, a fé, e o amor de Frei Alberto caiam por
terra.”, conclamou ela.
E agora! É só
aceitar o fechamento do hospital fundado pelo saudoso Servo de Deus Frei
Alberto Beretta em 1950, com a ajuda de irmãos italianos que doaram tempo,
dinheiro e perícia para levar adiante o ideal missionário, inaugurado em 1957,
administrado pela Sociedade Beneficente São Camilo desde 1980; até hoje, o
hospital sobreviveu graças à fé de pessoas de longe que acreditam nesse
trabalho social.
Com profunda
tristeza, não por minha esposa, que dedicou 29 anos de sua vida naquela casa de
saúde, mas por todos nós que necessitam de uma saúde digna e de qualidade,
quero parabenizar os gestores que deixaram sua marca e seu compromisso para que
o sonho de Frei Alberto morresse.
A ex-prefeita
Bernadeth Nogueira que ficou devendo R$ 400.000,00 (quatrocentos mil).
O ex-prefeito e
então candidato Mercial Lima de Arruda que deixou um débito de R$ 1,2 milhão.
E o então
prefeito Júnior de Sousa Otsuka que não teve a coragem de romper uma minoria de
pessoas patrimonialistas da cidade de Grajaú que têm se beneficiado com os
recursos da saúde municipal apenas para aumentar o seu patrimônio pessoal,
pessoas que exercem cargo de confiança no atual governo municipal e têm
utilizado os recursos públicos para favorecer interesses familiares, deixando
fechar a maternidade do hospital.
Ficou omisso ao
desvio dos recursos do Incentivo à Contratualização (IAC) no valor de R$
133.674,16 (cento e trinta e três mil reais, seiscentos e setenta e quatro
reais e dezesseis centavos) que nunca foi repassado para o hospital.
Por fim, concluo
com outra afirmação do líder da Igreja Católica de Grajaú. “Para exercer seus
serviços, o hospital precisa do apoio, da colaboração, precisa que a autoridade
pública reconheça os serviços importantes que essa entidade filantrópica
oferece aos cidadãos. Agora dá tristeza ver que as nossas autoridades parecem
não conhecer esse trabalho. Tenho a impressão de que estão desejando e
esperando que o Hospital São Francisco feche mesmo”, afirmou.
Texto: Francisco Matias de Sousa
Pereira, ex-coordenador da Pastoral da Comunicação da Diocese de Grajaú