Interrogado
pela Polícia Federal, o preso André Escócio de Caldas revelou mais detalhes
sobre os motivos que o fizeram gravar vídeo forjado contra Flávio Dino. Ele
relata que, no dia do vazamento do vídeo, foi procurado pelos ex-diretores de
Pedrinhas Carlos Aguiar e Elenilson Araújo para que mantivesse o teor do
depoimento.
Em esclarecimento ao delegado da
Polícia Federal Ronilson Rebelo e ao procurador da República Thiago Ferreira de
Oliveira, o presidiário André relatou que, logo ao prestar o depoimento
forjado, foi colocado em uma cela separada em que recebia tratamento
diferenciado – acesso a “cigarro, comida e até dinheiro”, segundo depoimento
prestado à Polícia Federal.
Após o vazamento, os dois ex-diretores de Pedrinhas
pediram a André que mantivesse a versão sobre o vídeo, sob a garantia de que
“estava blindado e que estavam juntos até o final”. André resolveu voltar atrás
e revelar que o depoimento foi forjado ao tomar conhecimento das proporções da
divulgação em rede de rádio e TV. “Resolveu falar a verdade pois estava lidando
‘com gente grande’ e não queria puxar mais cadeia por uma coisa que era mentira”,
diz o depoimento.
Ao gravar o vídeo, o preso afirma que não sabia que
ele seria usado para fins políticos. Carlos e Elenilson, segundo o presidiário,
foram responsáveis pela indução para que o depoimento envolvesse os nomes de
Flávio Dino, Weverton Rocha e Patrícia Vieir
André
Escócio de Caldas afirmou ainda que os diretores do presídio o orientavam
gestualmente durante a gravação do depoimento, pedindo que ele falasse mais
alto e que tocasse no nome de Flávio Dino.
Segundo
o preso, existem ainda outras duas gravações feitas por Carlos Aguiar e
Elenilson Araújo e, em todas elas, foi estimulado a tocar no nome de Flávio
Dino. Em troca, receberia regalias e seria solto de Pedrinhas. No início do
mês, outro diretor da penitenciária foi preso por facilitar fuga de presos
mediante pagamento.
O
preso cita ainda uma terceira pessoa que, dois dias antes do vídeo, seria
levada a Pedrinhas para falar com ele por Carlos e Elenilson. No entanto, o
tumulto do presídio impediu a tal visita. A pessoa não foi identificada.