Eram exatamente 08h00min da manhã de quarta-feira
(14) de maio na cidade de Grajaú, quando os interessados em acompanhar de perto
o júri popular do acusado de assassinato Antonio Henrique Câmara Melo de (41)
anos vulgo “Neto da Sucam” compareceram ao fórum da cidade.
A verdade é que o julgamento deu inicio por volta das
09h00min, quando cerca de 20 jurados foram escolhidos para serem sorteados e acompanhar
o julgamento, pelo menos 120 pessoas passaram pelo fórum de Grajaú, durante
todo o dia para ver o júri. Devido o local ser um pouco pequeno foi dado
prioridade de entrada primeiro, para os familiares da vítima e do acusado, só
depois o restante do público pode entrar até que se mantivesse o restante fora
do recinto por falta de espaço.
Na escolha dos nomes dos jurados durante o sorteio,
o juiz Holidice Cantanhede, alertou-os para os seguintes requisitos; quem fosse
por si parente ou interessado no processo, quem fosse inimigo ou amigo da
vítima e do acusado não podia fazer parte do processo. Quem por si estivesse
também respondendo processo pelo mesmo caso, crime de homicídio também não
podia ser jurado, quem fosse credor ou devedor e sócio da vítima ou acusado também
não podia participar e, quem tivesse interesse manifestado pra condenar ou
absolver o acusado, também não podia fazer parte do júri.
Durante o sorteio uma jurada foi dispensada, porque
ela usou da verdade afirmando que era amiga e vizinha da família da vitima. Os jurados
escolhidos nos sorteios foram: Ari Nilva, Gilney Coelho, Edilma Carvalho,
Clemencia Maria, Manoel Sidney, Suama Rodrigues e Maria Orlinda. Desses jurados
06 são mulheres e apenas o Sidney era masculino entra as mesmas.
Após todos escolhidos e acertados, o juiz lembrou
que todos deviriam ficar bastante atentos nos acontecimentos do júri, deixar as
divergências fora ou em casa, mas que ficassem atentos em tudo para não perder
nenhum detalhe, logo em seguida o juiz divulgou para que todos repetissem a confirmação
da justiça pela lei e ambos disseram assim-o prometo.
Após tudo pronto começa o júri mais esperado de
Grajaú e entra a primeira testemunha, que foi Francilene da Silva proprietária do
“Bar Pé de Manga” onde o promotor de acusação Carlos Róstão, pediu para que a
mesma contasse o que aconteceu. A mesma disse que estava em sua casa com uma criança
com febre e Jessilene esposa de Tadeu estava com o mesmo na seresta e disse que
entraram em sua casa e brincaram com a criança e depois saíram, quando ela saiu
na porta com os mesmos e avistou Neto em pé na rua. Ela disse que quando ele
Tadeu montou na moto caiu e ao levantar só abriu os braços em direção à Neto
tipo dizendo; “O que é?”, mas não ouviu se tinha dito algo. Segundo Francilene
Neto teria tirado a faca da cintura e corrido pra cima de Tadeu, foi quando ela
correu para chamar seu marido e quando chegou o mesmo estava ensanguentado.
Francilene disse ao MP (Ministério Público), que não
viu Neto furar Tadeu, só observou quando o mesmo tirou a faca da cintura, mas
não viu ser dado o primeiro corte porque correu para chamar o marido. O depoimento
de Francilene deixou lacunas em aberto onde duvidas surgiram por parte da
defesa, quando segundo a defesa de “Neto” houve contradições, a mesma não soube
explicar se tinha mais pessoas próximas porque segundo ela correu para o bar e
não viu mais nada. O representante do Ministério Público Carlos Róstão se deu
por satisfeito com os poucos argumentos da testemunhas, onde a interrogada
dizia apenas que viu Tadeu abrindo os braços e que Neto puxou a faca e caminhou
nele. E foi neste ponto que o advogado de defesa também interrogou a testemunha
e, considerou que houve contradições no depoimento da Francilene, quando ela
não soube explicar exatamente o que teria realmente ocorrido no local.
A próxima testemunha foi Jessilene de Almeida esposa
de Carlos Tadeu Galvão (21) anos, a esposa disse que; Estava em casa com
esposo, quando o mesmo o chamou para ir dar uma volta na festa, quando chegou ao
local 03 cerveja foram tomadas, segundo ela depois de brincar com o esposo saíram
já em uma discussão, a testemunha disse que na hora de sair na moto a mesma escorregou
e caiu mais eles ficaram em pé no chão.
Jessilene disse que depois da discussão
Neto teria chegado e os dois tanto Tadeu como Neto começaram um bate boca, só
depois a mesma disse que começou a confusão e foi ai que Tadeu correu e começou
rodear um carro, ela disse que quando viu pegou o capacete e começou a acertar “Neto”,
ele estava encima de Tadeu esfaqueando o mesmo que tinha caído, depois da
confirmação da testemunha ela disse que houve facadas também nas costas além de
outras partes do corpo. Jessilene afirmou que se não fosse outras pessoas
intervirem, ela também teria sido furada assim como outros amigos. Neste momento
em que a mesma falou, a mãe de Tadeu que assistia ao júri foi retirada da sala
porque entrou em estado de desespero.
A esposa de Tadeu foi questionada pela defesa de
Neto, que disse que, em momento algum havia furada nas costas de Tadeu, pois o
laudo médico não expressava tal assunto, mas Jessilene continuou afirmando que
existia a furada sim e que havia fotos.
Ao todo foram dez testemunhas que se apresentaram
para depor, a redação deste blog não entrará em todos os detalhes dos
depoimentos das demais pessoas, devido o tamanho dos depoimentos e a demoram com
que aconteceu o julgamento e, fatos completos do caso chegariam à media de umas
15 páginas escritas nesta redação.
Depois de todos os depoimentos das testemunhas, o
acusado Antonio Henrique Câmara, vulgo “Neto” fez sua defesa perante o
tribunal. Segundo ele; todas as acusações contra si ele discorda, porque saiu
da cidade com intenção de ir a uma pescaria no Remanso e um amigo, o chamou
para ir a uma seresta. No momento a faca do crime foi colocada no porta capacete
da moto e foram ao povoado, ao chegar no local ambos começaram há beber e
quando a seresta já tinha poucas pessoas no Remanso o seu amigo de nome Gilberto
teria insistido para que o mesmo voltasse para Grajaú e, com medo nas estrada e
para sua defesa “Neto” pegou a faca e colocou na cintura.
Depois de está em Grajaú ambos visitaram o Bar de
Jardel e o Bar Pé de Manga, que quando chegaram ao local estava lá Tadeu com
sua esposa e amigo, neste momento Neto disse que em pouco tempo começou uma discussão.
Antonio disse que depois que a confusão estava
acontecendo ele viu algo serio e chegou mais perto par ver do que se tratava e,
viu uma briga onde o mesmo soqueava o braço da esposa. Ele disse que depois que
ambos caíram na moto,as pessoas interveio na confusão, porque segundo ele Neto, Tadeu teria corrido pra cima dele, após está agredindo a esposa.
O acusado disse que depois que recebeu pauladas e
pedradas dos amigos de Tadeu, correu para o Bar de Jardel, onde entrou no bar e
fugiu do local pelos fundos.
Com o fim do depoimento de Neto, o promotor de justiça
Carlos Róstão entrou em ação, mostrando aos jurados fotos de várias lesões
profundas feitas por uma faca que segundo testemunhas, era usada por Neto na
madrugada em que ocorreu o crime. A faca também foi mostrada, pois o MP
sustentava sua acusação contra Neto sobre o crime por motivo fútil, quando não
há razões para matar uma vítima desarmada, ou só porque essa vitima abriu os
braços e disse; o que é cara?.
Ao finalizar sua acusação Carlos Róstão deixou que
os jurados pudessem analisar com sua consciência e se retirou para a defesa
agir. O advogado de defesa também de nome Carlos da cidade de Barra do Corda,
disse que processo não se julga com mentiras, pois o mesmo tem pé e cabeça e
disse que as fotografias apresentada pelo MP não possuem provas de pericia. Considerou
estranhas as provas apresentada e afirmou que não faltam leis no país faltam
amor à justiça, todos os argumentos também foram usados pela defesa e, diante
dos fatos apresentados tanto por defesa e acusação, houve-se a concretização
dos autos e cada um tanto defesa como acusações tiveram uma hora para replica e
treplica. Depois de finalizados os detalhes, detalhes estes que a redação não entrar
em pauta completa devido o tamanho do assunto, os mesmo se retiraram da sala para
votação. Foi meia hora para que os jurados votassem, só depois da votação
foi que todos retornaram para a sala do tribunal para ouvirem a sentença que
foi lida pelo juiz Holidice Cantanhede.
Com a duração de 13 horas o magistrado adentrou à
sala do júri com o resultado do julgamento, após ler os autos da sentença de
acordo com a avaliação dos jurados e votos o juiz deu por encerrado o júri
anunciando a absolvição de Antonio Henrique Câmara vulgo Neto da Sucam. ABSOLVIDO
Em entrevistas Dr. Carlos disse descordar do
resultado porque não foi feito justiça e o MP irá recorrer da decisão do
tribunal do júri.
Já o advogado de defesa Dr. Calos, disse que a
maioria dos julgamentos são equivocados e que a lei tem que ser aplicada, pois
ele acha que a justiça foi feita com coerência e quem tem que ser condenado é
condenado e absolvido é absolvido, então ele afirmou que houve justiça.
O juiz Holidice Cantanhede, disse que na avaliação
dele apenas conduziu os jurados a decidir a melhor opinião possível e que quem
julga o processo é o conselho de sentença, pois ele como juiz é apenas
presidente do tribunal.
Conseguimos falar com Neto e ele disse que a justiça
de Deus foi feita, que rezou muito pediu a Deus e deu tudo certo, disse que na
cadeia não é bom que o sofrimento é grande, afirmou que não esperava esse
resultado e que a lição que tirou é que a vida é injusta e tem que se fazer por
onde, afirmou que estava no local errado e na hora errada e que agora vai haver
uma mudança em sua vida.